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Sociedades

O futuro das desigualdades e geração de renda em tempos de pandemia

Texto | Monique Evelle – Imagem | Unsplash

Desigualdade social não é um tema novo para o Brasil, mas é um tema urgente sobretudo nessa nova década e nesse período de pandemia do coronavírus que tornou as fraturas sociais visíveis para a maioria da população brasileira.

Antes da pandemia, tínhamos cerca de 600 milhões de pessoas no mundo vivem com menos de US $ 1,90 por dia. No Brasil, o rendimento do grupo de 1% mais ricos cresceu 8,4%, enquanto o dos 5% mais pobres caiu 3,2, de acordo com o IBGE (2018). Além disso,  um em cada quatro brasileiros, viveu com menos de R$ 420 por mês, em 2018.

O Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) de 2019, da ONU, pontua o que parece ser óbvio. Quanto maior a desigualdade no desenvolvimento humano, menor a mobilidade social entre as gerações. Ou seja, o acesso à renda, saúde e educação são os três principais fatores que interferem no grau de desenvolvimento humano das sociedades.

Sobre renda, 51% das pessoas das classes D e E perderam metade da renda ou mais na pandemia, de acordo com a pesquisa realizada pelo Plano CDE. Sobre saúde, estamos vendo o colapso do sistema público para atender a quantidade de pessoas que precisam de auxílio neste momento. E sobre educação, estamos vendo a irresponsabilidade do Governo Federal em manter o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), considerando que as classes CDE são as mais impactadas pela ausência ou menor qualidade de internet para apostar em educação à distância.


O relatório também traz sugestões de políticas públicas para corrigir as desigualdades dentro de uma estrutura que vincula a expansão e distribuição de recursos e renda. A divisão dessas políticas se dá em três partes: pré-mercado, mercado e pós mercado. A primeira refere-se à ações que auxiliem as pessoas, desde à infância, a entrarem no mercado de trabalho de forma mais preparada. A segunda afeta diretamente a distribuição de renda e oportunidades dos indivíduos que estão no mercado de trabalho. E pós mercado, está relacionada a renda, riqueza, impostos, transferências públicas e proteção social.

Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) de 2019, da ONU

Direito humano à internet

Com a pandemia, percebemos que a internet é um direito humano. E o acesso à internet e as tecnologias digitais promovem inclusão financeira. O que quero dizer é que só foi possível ter acesso ao Auxílio Emergencial do Governo Federal, os R$ 600 , quem tinha um celular ou computador com acesso à internet para dar entrada no pedido do auxílio.

Além disso, o acesso à internet e tecnologias permitem que estudantes possam colocar em dias seus estudos, visto que as escolas estão fechadas em decorrência do vírus. Logo, estamos falando de direito à educação.

Por mais incrível que seja a realização de transmissão ao vivo nas redes sociais por diversos artistas, o direito à cultura não chegará para a maioria dos brasileiros por ausência de banda larga.

Isso escancara a importância de ampliarmos a discussão sobre o direito humano à internet para garantir a inclusão financeira, social e cultural.

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Situação dos empreendedores negros e periféricos

De acordo com o Sebrae (2019), 99% das empresas do país são micro e pequenas, responsáveis por 27% do Produto Interno Bruto (PIB) e respondem por 54% do emprego formal. Esse cenário era antes da pandemia. Agora sabemos que há uma luta dos empreendedores, sobretudo periféricos, para sobreviver em meio à crise do coronavírus, como bem pontua a matéria publicada no site Periferia em Movimento.

Uma pesquisa realizada pelo Desabafo Social e Afrotrampos, ouviu 200 empreendedores de diferentes cidades do Brasil, sendo 81,6% pretos e 77,7% mulheres. Dos entrevistados, 60,3% dos empreendedores são MEI e 30,8% não possuem CNPJ. Além disso, o maior setor de atuação é moda (20,7%), seguido de gastronomia (12,4%). Os dados divulgado pelo Sebrae em março de 2020, mostra que o setor de moda teve uma queda de 80% no varejo e 74% em todo seguimento. Já o de gastronomia, a queda é de 67% e aqueles que conseguirem se adaptar às entregas, podem minimizar os impactos dos seus negócios.

O que os empreendedores estão vivendo, mostra que os futuros foram antecipados e a transformação digital acelerada. A reinvenção não é só a palavra da vez, mas também o comportamento da vez.

Faltam ferramentas, conhecimentos estratégicos de mercado e de criação de cenários futuros para que os empreendedores negros e periféricos prosperem.

A pandemia trouxe para o debate público o futuro das desigualdades, agora teremos que criar estratégias para que a tragédia não seja maior do que já está sendo.

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