Jogador passou mal em sua casa, poucos dias após receber alta de hospital
Diego Armando Maradona morreu nesta quarta-feira, aos 60 anos, depois de uma parada cardíaca. A informação inicial, divulgada pelo jornal “Clarín”, foi confirmada pelo assessor de imprensa de Maradona, Sebastian Sanchi. O governo argentino decretou três dias de luto oficial.
Os relatos dão conta de que uma ambulância chegou a ser chamada pela equipe médica à casa de Diego, em Tigre, mas foi constatada a morte do ex-jogador e atual treinador do Gimnasia LP.
Maradona se recuperava em casa após receber alta hospitalar no último dia 11. Ele foi internado às pressas no início do mês e passou por cirurgia para a retirada de um hematoma subdural na cabeça.
Desde que surgiu como jogador, no Argentinos Juniors, em 1976, passando pelos anos no Boca Juniors, alcançando a Europa via Barcelona e atingindo o auge no Napoli — onde se tornou uma divindade do futebol —, Maradona colocou na ponta do pé canhoto um toque de magia inebriante. Hipnotizador.
Pela seleção argentina, usou até a mão nas quartas de final da Copa de 1986, naquele Mundial que muitos dizem que o camisa 10 ganhou sozinho. Com ousadia, como se fizesse referência a si próprio, o lance foi cunhado de “a mão de Deus”. A tese tem como quadro principal o golaço naquele mesmo jogo contra a Inglaterra. Épico, memorável. Driblou o time todo e entrou na história. A final contra a Alemanha trouxe a consagração.
Como técnico, não foi tão genial, mas teve o privilégio de comandar a Argentina na Copa de 2010. Dirigiu aquele que o sucedeu na magia, no talento, no Monte Olimpo do futebol: Messi. O resultado, no entanto, não foi bom: caiu nas quartas de final para a Alemanha.
Além de um jogador único, o personagem Maradona é, talvez, inigualável. Fora de campo, a divindade mostrava seus atributos humanos. O estilo de vida desregrado teve seu preço. A despedida da seleção argentina em Copas do Mundo foi em 1994, após ser flagrado no doping.
O governo argentino decretou luto de três dias. Mas o sentimento do país é compartilhado por todos os amantes do esporte mais popular do planeta. Maradona simboliza futebol. A melhor parte dele. Remete ao drible, ao corte seco, à comemoração efusiva pelo título alcançado, ao reconhecimento e ao agradecimento pelo prazer de vê-lo em ação.
Morreu o homem. Fica o símbolo, o ídolo, o protagonista da história.