Serviço foi lançado nesta quinta-feira (29) pelo Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos; agora, Ligue 180 passará a receber as queixas de violência contra mulher pelo aplicativo de mensagens no número (61) 99656-5008
A partir desta quinta-feira (29), o Ligue 180 passa a receber denúncias de violência contra a mulher pelo WhatsApp. A iniciativa foi lançada hoje pelo Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. O número para acionar o serviço no aplicativo de mensagens é o (61) 99656-5008.
“O WhatsApp agora oficialmente faz parte dessa rede de proteção a mulher”, disse a ministra Damares Alves, na transmissão ao vivo feita na manhã desta quinta-feira para o lançamento da medida.
Ela explicou que a ferramenta será adotada para atender mulheres em situação de violência, que muitas vezes convivem permanentemente com seus agressores e não têm condições de fazer uma ligação ou acessar um site para denunciar. Com oWhatsApp, o pedido de ajuda fica mais acessível.
O canal que facilita as denúncias, no entanto, chega mais de seis meses depois do início das medidas de isolamento social, que geraram um aumento significativo na violência contra a mulher no país. Só no mês de abril, auge do isolamento, o número de denúncias feitas ao 180 subiu 37% em relação ao mesmo mês do ano anterior. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, os feminicídios cresceram 1,9% nos primeiros seis meses deste ano, em comparação a igual período de 2019.
Assim como o site, o aplicativo Direitos Humanos Brasil e o Ligue 180, o serviço pelo WhatsApp funciona 24 horas por dia e está disponível também para mulheres brasileiras que vivem no exterior e que estão em situação de violência ou sofreram alguma violação de direitos humanos.
O atendimento é personalizado e instantâneo, feito por um atendente em tempo real, sem intermediação de robôs. O serviço pode ser usado para registrar a denúncia ou para obtenção de informações sobre a rede de proteção a mulher mais próxima à vítima.
Damares afirmou que o canal vai possibilitar que a denunciante registre a queixa já com imagens enviadas pelo próprio telefone, o que pode agilizar a concessão de medidas protetivas.
Ao lado da ministra, a promotora de Justiça do Ministério Público de São Paulo Gabriela Manssur destacou a importância do serviço:
“O canal fornece informação para essa mulher e o acesso rápido ao sistema de Justiça, porque automaticamente o 180 já tem todo o fluxo para levar essas denúncias para as autoridades competentes, que estão equipadas para emergencialmente salvar essa mulher da violência, com medidas protetivas, prisões em flagrantes, com instrução probatória para uma futura condenação e pode colocar a mulher em toda a rede de proteção, acolhimento e combate a violência”, disse Manssur.
O ouvidor nacional dos Direitos Humanos, Fernando César Ferreira, que também participou da transmissão ao vivo, afirmou que a Ouvidoria garante o sigilo da informação e reforçou que a denúncia também pode ser feita anonimamente, mesmo pelo WhatsApp.
A Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, órgão responsável por receber e encaminhar as queixas, informou que realiza até 12 mil antedimentos por dia e registra, em média, mil denúncias no Disque 100 e Ligue 180.