Mariana Assis | Texto
Uma policial investiga um predador sexual e acaba descobrindo um casal com um segredo horrível e um esquema de corrupção sinistro. Esse é o enredo da série Bom dia, Verônica, estreada neste mês pela plataforma de streaming Netflix, e protagonizada por Tainá Müller, Camila Morgado e Eduardo Moscovis.
Inspirada no livro homônimo- que leva o mesmo nome que a série- escrito por Raphael Montes e Ilana Casoy, publicado em 2016 pela editora Darkside, a trama conta a história de Verônica Torres (vivida por Tainá Müller), que trabalha como escrivã na Delegacia de Homicídios de São Paulo. Casada e mãe de dois filhos, Verônica tem sua vida se transformada ao iniciar a procura por um criminoso que usa as redes sociais para conhecer e violentar mulheres, e cuja uma das vítimas cometeu suicídio.
Ainda que o seu cargo seja de escrivã, a protagonista decide ir em busca do culpado pelos crimes, o que a leva até Janete (Camila Morgado), uma dona de casa que é vítima de abuso físico e psicológico por parte do marido, o policial Brandão (Eduardo Moscovis), que a obriga a participar de sessões de torturas a outras mulheres. É em razão deste estopim que Bom dia, Verônica se desenvolve.
A série aborda corrupção policial, assassinatos em série e a violência estrutural a que as mulheres brasileiras são submetidas. Segundo dados do Atlas da Violência 2020, uma mulher foi assassinada no Brasil a cada duas horas em 2018, totalizando 4.519 vítimas. A emergência em tratar do tema é óbvia, visto que os altos índices de violência que acometem as mulheres, seja física ou psicológica, são altos e sofreram uma escalada durante a pandemia do coronavírus.
Os depoimentos que deram origem ao livro e inspiraram a produção da série são reais e foram coletados por Ilana Casoy no seu trabalho como criminóloga. A direção geral da série é assinada pelo cineasta José Henrique Fonseca.