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Climatério, menopausa precoce e tardia, sintomas, tratamentos: saiba tudo sobre o fim da menstruação. Foto: Ilustração de Ana Luiza de Oliveira Costa

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Menopausa: um guia com o que toda mulher precisa saber sobre o fim da menstruação

Sintomas, diagnóstico, tratamentos… Conversamos com uma especialista para reunir as principais informações sobre essa fase

Por Raphaela Ramos, da Celina

Calores, alterações de humor e mudanças no ciclo menstrual. Esses sintomas podem significar o fim do período reprodutivo, ou seja, a chegada da menopausa. Infelizmente, como costuma acontecer com temas relativos ao corpo e à sexualidade femininos, essa fase da vida das mulheres não costuma ser discutida com a intensidade necessária. Há quem ainda considere a menstruação um tabu e quem acredite que ela é um marco do envelhecimento, uma vilã. Um desconhecimento que atrapalha a vida de muitas mulheres, mas também de seus familiares, parceiros ou parceiras, e que pode ter consequências até mesmo em seu desempenho no trabalho.

No dia Mundial da Menopausa (18), a ginecologista Maria Celeste Wender, presidente da Comissão Nacional Especializada em Climatério da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), destaca que, apesar de ser vista como vilã, a menopausa pode ser vantajosa:

— Muita gente tem pena das mulheres, porque os homens não passam por isso, mas eu acho uma vantagem. É um momento de transição, de parar e verificar: como está minha vida? O que eu posso melhorar? É também a hora de checar hábitos: se está fazendo atividade física, bebendo ou fumando demais, se tem uma dieta adequada, se cuida do peso e tem atividades sociais. Tudo para entrar nessa nova fase da melhor forma possível — explica a médica.

A equipe de CELINA conversou com a especialista para criar um guia com as principais informações que toda mulher deve saber sobre a menopausa. Confira abaixo:

O que é a menopausa?

Do ponto de vista científico, a menopausa é quando ocorre a última menstruação da mulher. Depois que passam 12 meses sem apresentar mais nenhuma menstruação, se define que aquela foi a data da menopausa.

— Claro que isso vem acompanhado de outros indícios e também consideramos a idade da mulher. A média costuma ser entre 48 e 50 anos. De forma leiga, a menopausa também costuma ser usada quase como sinônimo de climatério — afirma a ginecologista.PUBLICIDADE

Climatério, perimenopausa e pós-menopausa

De acordo com a médica, o climatério é um conceito bem mais amplo e subjetivo. É todo o período de transição entre a fase reprodutiva e não reprodutiva na vida da mulher. Ele inicia quando começam alterações hormonais sutis e mudanças na fisiologia dos ovários.

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— Hoje, usamos um outro termo dentro do climatério para facilitar essa compreensão que é a transição menopausal, ou perimenopausa. É quando começam os sintomas mais aparentes das alterações hormonais. Esse período tem uma data de término: um ano depois da última menstruação, quando encerra essa transição e começa a pós-menopausa.

Menopausa precoce e tardia

Existem casos em que a mulher pode apresentar a menopausa fora da faixa etária média. Quando acontece antes dos 40, é a chamada menopausa precoce. Depois dos 53 é considerada uma menopausa tardia.

— Essas situações são mais difíceis, a menopausa precoce acontece com cerca de 3% das mulheres. Outro termo usado é insuficiência ovariana primária, porque pode ser bem cedo, até mesmo antes dos 30 anos.

menopausa precoce pode ser causada por fatores conhecidos, como em casos de realização de radioterapia na região da pelve ou de cirurgia para retirar os ovários. Mas algumas mulheres apresentam esse quadro sem uma causa bem definida.PUBLICIDADE

— Nesses casos, ela provavelmente está ligada a motivos genéticos. É importante identificar e orientar mulheres em famílias com essa tendência para que se liguem na possibilidade de não terem filhos se demorarem muito tempo. Tem a opção de congelamento de óvulos que pode ser uma oportunidade para a mulher que queira fazer um planejamento — ela completa.

Como saber se estou na menopausa?

A ginecologista explica que os principais indicadores são os sintomas e a faixa etária. O médico vai fazer uma avaliação desses fatores e realizar os exames necessários para checar se está tudo bem com a saúde da mulher.

— O diagnóstico é clínico, não tem necessidade de fazer dosagem hormonal, é uma perda de tempo e de dinheiro — ela explica.

Sintomas da menopausa

De acordo com a médica, cerca de 80% das mulheres vão apresentar sintomas nessa fase. Um deles é a alteração na menstruação, que pode se tornar menos frequente, ter diminuição na quantidade do fluxo e no tempo de duração.

— É o sintoma mais frequente, e denota que o ovário está começando a mudar seu funcionamento. Mas ele só aparece para a mulher que não está tomando pílula ou usando outro tipo de tratamento hormonal, que falseam essa alteração.

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Outro sintoma frequente são os calorões, ou fogachos, que segundo a ginecologista também podem ser chamados de sintoma vasomotor. Ela explica que essa é uma instabilidade do centro regulador de temperatura, que faz com que a pessoa perceba que está calor e frio, e desencadeia processos para manter a temperatura corporal dentro do normal.

— Quando as mulheres entram no climatério, esse centro termorregulador se desequilibra e desencadeia os episódios dos calorões. A temperatura da mulher aumenta subitamente e isso provoca vasodilatação, então ela fica vermelha e libera o calor por meio do suor. Logo depois, sente um pouco de frio. Dura de segundos a minutos e, em geral, acomete mais o tronco e a face, mas pode ocorrer no corpo inteiro. Também pode ser severo ou mínimo, e costuma acontecer mais à noite ou no amanhecer.

A médica ressalta que esses calores podem provocar dificuldade para dormir, resultando em insônia ou piora na qualidade do sono. O cansaço no dia seguinte, problemas no raciocínio e de memória também podem ser consequências. Outro fator importante é a alteração de humor nessa fase, que também tem relação com o sistema nervoso central.

— Em algumas mulheres é notada uma queda na qualidade do humor, elas ficam mais irritadas ou tristes sem motivo, o que pode provocar uma queda na qualidade de vida. É preciso destacar que não é o caso de uma mulher que já apresenta sintomas de depressão antes, mas apenas nessa fase de transição. Essa tendência também pode acontecer em outros momentos da vida como na depressão pós-parto ou durante a tensão pré-menstrual. PUBLICIDADE

A ginecologista ainda destaca sintomas a longo prazo: ressecamento vaginaldiminuição na lubrificação e, em alguns casos, infecção e outros sintomas urinários associados. “A gente chama de atrofia urogenital”, ela afirma. 

Quanto tempo duram os sintomas?

De forma geral, a médica afirma que os sintomas tendem a reduzir com o tempo. Com o passar dos anos, eles começam a ter menos frequência e intensidade, mas pode variar para cada mulher. Os calores, por exemplo, costumam durar de um a dois anos, mas há relatos de pacientes em que permanecem por mais de dez.

Gravidez na menopausa: é possível?

A médica explica que quando a mulher completa 12 meses sem menstruar e entra na pós-menopausa é definitivo: não é mais possível engravidar. Antes disso, o risco ainda existe, ainda que pequeno. 

— Existe uma transição da fecundidade da mulher depois dos 35 anos. Sabemos que já é muito mais difícil engravidar a partir dos 40, mas não é impossível. Só podemos chamar de impossibilidade depois de um ano sem menstruar.

Menopausa pode favorecer o desenvolvimento de doenças?

De acordo com a ginecologista, o período da pós-menopausa é um momento em que um terço das mulheres podem entrar em perda de massa óssea.

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— Também é o momento de verificar se a mulher tem predisposição para a osteoporose e confirmar se ela está ingerindo a quantidade adequada de cálcio por meio da alimentação. Caso não esteja, pode ser feita reposição. O mesmo vale para a vitamina D. São alguns fatores para impedir a perda da massa óssea da mulher nesse período.

Além disso, ela acrescenta que doenças cardiovasculares também podem ser mais comuns após a menopausa.

— Antes, a mulher tem uma proteção natural contra essas doenças pelos hormônios femininos, que ela vai perdendo depois da menopausa. Claro que ela também está envelhecendo, então outras doenças em geral, como o câncer, passam a ser uma preocupação maior pelo fator etário.

Tratamentos: reposição hormonal e outras alternativas

Hábitos saudáveis podem contribuir para uma menopausa mais tranquila. A médica lista alguns fatores importantes: dieta apropriada, atividade física regular e manter um peso adequado. Além disso, ela afirma que alguns alimentos e produtos naturais costumam ser associados a melhora dos fogachos, mas não existem resultados concretos sobre sua eficácia. Para as mulheres em que a qualidade de vida piora muito com os sintomas da menopausa, pode ser necessário realizar a reposição hormonal.

— O tratamento acontece de forma individualizada, de acordo com os sintomas da mulher, seu histórico de saúde e familiar. Hoje em dia, o médico costuma começar com doses menores de hormônio e, de acordo com a resposta da paciente, analisa se precisa aumentar. Podem ser usados comprimidos, mas muito frequentemente é feito por meio de adesivo ou gel na pele. Para mulheres que têm fatores de risco cardiovasculares, hipertensas, obesas e diabéticas, em geral, é preferível usar essas opções na pele, porque têm menos impacto na saúde.

A médica Maria Celeste Wender explica que algumas mulheres, como as que tiveram câncer de mama, por exemplo, não podem fazer o tratamento hormonal. Nesse caso, o médico pode recomendar outras opções. Além disso, para aquelas que se queixam apenas do ressecamento vaginal, é possível usar o hormônio de forma tópica, via vaginal.

A médica salienta, ainda, que além dos fatores físicos é importante ter uma boa saúde mental nessa fase.

— A mulher precisa ter uma função social. A gente sabe que nessa idade ela pode estar sofrendo com questões como a saída dos filhos de casa, aposentadoria e mudanças no perfil da família. Por isso é necessário ter amigos e vínculos sociais para manter uma boa qualidade de vida nos anos que vêm pela frente.

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