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Cinemas Negros Mahomed Bamba

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Mostra Itinerante de Cinemas Negros seleciona curta de jovens periféricos

A mostra exibe 15 obras de cineastas negras/negros de diversos países

Por Dami Cerqueira, do Notícia Preta

A Mostra Itinerante de Cinemas Negros Mahomed Bamba (MIMB) está de volta com a exibição de 15 obras de cineastas negras/negros de diversos países, além da realização de oficinas, masterclasses e espaços de debate sobre a produção negra no cinema. Nesta terceira edição da mostra, que já exibiu mais de 150 filmes para cerca de 7.000 pessoas nos últimos anos, o impulso cultural WAWA ABA – Sementes da árvore vai selecionar oito curta-metragens de 1 minuto, realizados por jovens negras/negros e periféricos de todo o Brasil.

“A MIMB é um festival internacional de cinema que atua ampliando espaços de acesso à obras cinematográficas produzidas por realizadora(e)s negra(o)s da diáspora. O projeto surge com o objetivo de apresentar novas possibilidades para o mercado audiovisual, criando uma política de representação efetiva, com narrativas descolonizadas para comunidade negra”, explicou Daiane Rosário, idealizadora e uma das coordenadoras da mostra.

O projeto é uma iniciativa coordenada e protagonizada por seis mulheres negras atuantes em diversas áreas da cadeia produtiva cinematográfica, desde a direção, fotografia, produção e curadoria. Sendo que, a seleção das mostras de jovens negras e negros tem o objetivo de fomentar a produção audiovisual da juventude negra brasileira, será precedido de uma oficina de realização audiovisual com dispositivos móveis, que acontecerá ainda em setembro/ outubro.

“Queremos dialogar com a criatividade destes e destas jovens, a partir do equipamento que eles e elas tiverem. Não vamos exigir qualidade técnica, pois sabemos que o acesso às tecnologias é desigual. Nosso olhar será voltado para a linguagem, a narrativa, a imaginação da juventude neste contexto de pandemia”, explicou Daiane.

Com o tema “Árvores Ancestrais – Tempo e Cura”, a terceira edição da mostra está prevista para o final de setembro. Kinda Rodrigues, uma das coordenadoras da MIMB revelou que o conceito da terceira edição busca dialogar com o momento de crise e adoecimento que o mundo está passando. “A Árvore tem uma simbologia sagrada para a ancestralidade negra. Suas “raízes” fazem analogia à origem, o tronco simboliza a resistência e os frutos, a continuidade dos nossos. Suas folhas remontam uma conexão com os saberes ancestrais de cura tão necessários para este momento”, refletiu.

As duas primeiras edições da MIMB circularam por 15 bairros de Salvador, com um arquivo de mais de 150  filmes. No contexto da pandemia, as coordenadoras da mostra Daiane Rosário, Kinda Rodrigues, Loiá Fernandes, Naymare Azevedo, Taís Amordivino e Julia Morais se defrontaram com o desafio de adaptar a proposta de um cinema que corria trecho nas ruas e bairros periféricos de Salvador, para uma versão totalmente online. “Nos perguntamos, e agora? Como vamos seguir cumprindo nosso papel de popularizar o acesso à produção audiovisual, sem poder fazer o cinema na rua? Foi aí que surgiu a idéia do Impulso Cultural”, relatou Daiane.

Devido a pandemia causada pelo novo coronavírus, a mostra será totalmente digital com exibição dos filmes acontecerá através de uma parceria com a VIDEOCAMP – plataforma online que reúne filmes com potencial de impacto para sessões coletivas e gratuitas, cuja missão é democratizar o acesso à cultura e acesso à informação. A mostra também conta ainda com o apoio do Goethe Institut Salvador, por meio da qual serão possíveis conexões diaspóricas, a exemplo da curadoria de filmes do Instituto de Moçambique.

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SERVIÇO

O QUE? MIMB – Mostra Itinerante de Cinemas Negros Mahomed Bamba (3ª edição)

QUANDO? Setembro/Outubro

ONDE? Videocamp, Youtube, Instagram, Facebook e Meet

QUEM? Daiane Rosário (idealizadora e coordenadora geral); Kinda Rodrigues (coordenadora de curadoria internacional); Loiá Fernandes (coordenadora de produção); Naymare Azevedo (coordenadora executiva); Tais Amordivino (coordenadora da curadoria nacional); Julia Morais (coordenadora da curadoria nacional).

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