Por Cassiano Rios
Não temos intervalos para as tragédias.
Não temos tempo para a paz.
No recreio, tem briga.
Na internet …
Falta um maior limite de crédito para a sorte.
Não temos tempo para nos sensibilizar.
Transformam os medos em fantasmas e com fórmulas malucas criam vidas de divas POP com cidades encantadas, convivências fiascos e sem rimas.
O oxigênio não escapa sozinho.
Precisamos de válvulas para o bem-estar e o divertimento é o vício.
Ser livre é viver sem tédio.
O tédio é resultado da dominação!
O dinheiro constrói prédios e há por detrás dos bolsos: as sombras do entretenimento.
O Povo é foca.
A coca é o urso polar.
E, por detrás dos meus olhos, existe a falta de coragem vagabunda.
Lavem bem os ouvidos e ouçam o meu coração pedigree:
Há por detrás da anarquia a mão escorrendo pela bunda, roubando a sede da esperança, derrubando o copo do opressor!
Que nervoso!
Me falta vocabulário para falar sobre traição!
Me acordam dos roubos, das tintas e álcoois,
para ouvir um velho futuro sentado mijando
no banheiro, reclamando da plateia do Silvio Santos.
Na minha infância analógica, eu queria ser a quarta
menina super poderosa!
Mas não consegui…
sem o amor do meu pai que preferiu a honra dos amigos e que gosta de sinuca.
Eu espiava da janela os meninos na praça,
peidava pão de forma recheado de queijo e
não dava descarga para não arrebentar o orçamento.
Era dura.
Tá duro.
Pesco travesseiros de pesadelos mofados e acordo com a cara de quem chupou caju.
Segundo a minha avó, o meu avô morreu no porão.
Mas na casa dela não tinha nem quintal! Só um pé de abacate imaginário que trazia qualquer fruta de manhã…
O cheiro de café era uma tortura, ficava forte demais para a minha idade.
A minha vida sempre foi assim: sem rocamboles!
Fazendo carcaça de boi de ventilador.
Aprendi a amar mais que ricos e ricas de atentados que disfarçam as culpas das mortes, enganado as nossas atenções.
Tô cansado do país que foi colônia para os euros e do mundo que escrevo.
Conquistas inteiras se desvelam roubos.
E, agora, temos FARINATA!