Por Vanessa Brito
No dia 31 de maio, foi realizado o Escambo de Ideias: Vamos discutir branquitude?. A intenção foi debater sobre os como a branquitude opera na sociedade brasileira, como o branco se coloca na discussão sobre o racismo e qual o seu papel para o enfrentamento da discriminação racial.
O debate foi mediado pela youtuber do Canal DePretas e potencializadora de redes do Desabafo Social, Gabi Oliveira e entre as convidadas estavam: Clarice Falcão, atriz, cantora, compositora, e roteirista, Thalma de Freias, atriz, cantora e compositora, a estudante Stephanie Iaussoghi e a estudante de química Ayana Odara, integrante do Coletivo Nzinga.
Gabi Oliveira começa falando sobre os três pilares que sustentam a branquitude no Brasil:
01. A identidade racial branca
02. Privilégio
03. Benefícios recebidos pelo histórico colonial
Clarice rebate falando do lugar de privilégio dentro do movimento feminista
“Que você se descobre branca no feminismo é muito complicado. Porque você se descobre opressor. Descobre que você é oprimida, mas também é opressora”, diz
Em seguida, Ayana responde:
“Muito antes de eu descobrir que era mulher, já sabia que eu era negra. Antes de ser feminista, eu já sofria com Racismo”, responde
Muitas perguntas foram enviada pelo internautas. Thalma começou respondendo a pergunta da “Eu queria saber das meninas negras do debate, como nós brancas, podemos combater o racismo, respeitando o lugar fala e vivência dos negros?”, feita por Vanessa Ramos.
“Quando possível não reproduzir o racismo, pois um dos privilégios brancos é a inconsciência do próprio racismo. A sua condição enquanto pessoa branca é opressora. A melhor forma de respeitar o lugar de fala é fazer silêncio e ouvir”, responde Thalma
Um dos pontos importantíssimos do Escambo de Ideias veio a partir da pergunta da Joice Berth “Partindo do conceito de racismo como construção social, onde vocês, meninas brancas, identificam o próprio racismo nas relações sociais que mantém e como lidam com a necessidade de desconstrução da mentalidade racista, estruturada em toda pessoa branca?”.
Quando a Clarice fala sobre “O não reconhecimento do lugar de privilégio já é uma forma de racismo. É tudo muito arraigado, um trabalho lendo e constante de autoconhecimento. Por muito tempo não se falava sobre isso. Inclusive sobre a apropriação cultural, que é algo discutido muito recentemente.A cultura de um Brasil miscigenado, apropriador e que silencia a luta contra o racismo de um jeito cruel”.
Finalizaram com a importância da reflexão que “todo mundo é racista, inclusive eu” e do avanço das reflexões e da forma como as pessoas estão se questionando sobre isso e que tem havido um despertar de consciência.
Caso você não pôde assistir no dia ele já está disponível no nosso canal no YouTube: