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Padrões, fatos e versões

O assunto não é novo, as opiniões são inúmeras, e a verdade é que a busca incessante pelo corpo perfeito ganha novos, corajosos e empenhados adeptos todos os dias.

A história é clássica e simples, desde pequenos somos ensinados a admirar o que é “belo” e rejeitar o que é diferente dessa padronização. Não, mas esse não é um texto sobre excessos de cirurgias plástica da Ângela Bismarck, sobre a aplicação de hidrogel da Andressa Urach, ou ainda sobre o corpo extremamente musculoso da Graciane Barbosa, apesar de dar uma boa pauta é sobre outro exagero que trataremos.

Por trás das centenas de revistas adolescentes caprichadas na homogeneização da beleza, outras centenas de meninas se espremem numa calça 36. Desde muito nova aprendi que a rejeição por padrões estéticos é normal, ouvir piadinhas sobre o excesso de peso era normal e a culpada disso era eu, sim, eu, que repetia o prato todo almoço, que não resistia a chocolate, e que não entendia que a minha genética não era tão “boa”. Travei batalhas épicas contra a balança ,perdi, ganhei, perdi de novo, mas nunca estive satisfeita.

isaa

Em meio ao caos de estar de bem com números e a saúde, manter o corpo ideal e integrar-se aos ambientes que freqüenta a principal promessa de alcance ao atingir os padrões vai se perdendo, a felicidade. Calma gente, não é errada ter uma alimentação saudável, freqüentar academia, melhorar o físico, longe disso, porém não é errado estar satisfeita e feliz sem ter alcançado todos esses feitos. O que quero dizer é que: a busca da melhora é inerente ao ser humano, embora se espere sempre eliminar os defeitinhos físicos não se pode desconhecer a sua felicidade por eles ainda estarem ali.

Ao fim do dia internacional da mulher e todas as homenagens e parabenizações muita coisa continua a mesma, as propagandas de cápsulas de emagrecimento estigmatizam as “gordinhas” como mulheres infelizes, as proporções “ideais” continuam sendo as mesmas, e quem não atingirem-la não ouse sorrir para foto com aquele vestido curtinho ou ir à praia com aquele biquíni que você adora. Nessa jornada em busca das curvas perfeitas olhando para trás, apesar de estar hoje em uma versão um pouco diferente enxergo em mim o mesmo sorriso displicente dos meus 15 anos,os números na calça mudaram , a cabeça também, mas o sorriso ,esse continua o mesmo.A pintura de uma vida perfeita de plena satisfação em todos os campos que os editoriais de moda estampam não é real , a grande sacada da vida é a adaptação ,não é feio não ter “60 de cintura e 105 de bundinha”,não é feio vestir 40,e ainda mais, não é feio ser feliz quando a TV mostra a imagem de uma mulher desejada por todos e o seu espelho te mostra uma imagem diferente daquela.

Aproveitando os “textões” e “reflexões” do oito de março e clássicos como: o corpo é seu e você faz dele o que bem entender, por mais plena que seja a sua satisfação ao perder aqueles dois quilinhos a sua presença não deve impedir sorrisos espontâneos, esses também são seus e você oferece-os ao ou a que bem entender.

Isadora Novais – Salvador/BA.

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