Humorista Rafael Infante e a professora e escritora Lia Vainer Schucman participam do programa
Ana Luiza Garcia, ID_BR
O “Sexta Black” chega ao seu último episódio nesta sexta, dia 18, debatendo o privilégio branco. Para o bate-papo, Luana Génot, apresentadora do programa, recebe o humorista Rafael Infante. “Eu me autodeclaro branco e sei que isso é um ato de desconstrução e coragem. Dentro do meu privilégio, reconheço que sempre tive o escudo da pele: de poder sair na rua e não me sentir ameaçado. De ninguém me olhar torto dentro de um supermercado. De estudar nas melhores escolas. Onde, diga-se de passagem, só existiam brancos e os negros estavam sempre em posições de servidão”, conta Rafael.
“E a gente tem que encarar isso não como culpa, porque paralisa, mas sim com responsabilidade. Não admitir que isso continue sendo assim. Eu também sou construtor dessa narrativa e tenho responsabilidade sobre isso. Somos todos racistas em desconstrução.”, completa.
No episódio, Lia Vainer Schucman, professora, escritora e especialista em relações étnico-raciais, também debate sobre o assunto: “É fundamental entendermos que o branco não é norma, não é padrão. O que é étnico? O cocar é étnico para um grupo indígena. O terno e gravata em um calor 40 graus é símbolo de poder para um grupo também, o grupo dos brancos. Mas tudo que é do grupo dos brancos é encarado como normal. A ideia de racializar o branco é entender que ele também é uma particularidade. Assim eles se tornam apenas mais um grupo dentro da humanidade e não um ideal do que todos deveriam seguir. Vira um direito quando todos estão em igualdade.”
“Sexta Black” é um projeto do GNT com conversas sobre questões de cor, pertencimento, trajetória e raça. Com direção de Shirlene Paixão e Jorge Espírito Santo, o programa está disponível no YouTube do GNT. Confira a playlist com todos os episódios aqui .