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Ponto de ônibus na avenida Marquês de São Vicente, na zona oeste de São Paulo Imagem: Rivaldo Gomes/ Folhapress

Sociedades

Ponto de ônibus é fonte de insegurança para mulheres, indica estudo

De Universa

Quase oito em cada dez mulheres que responderam aos questionários do estudo “Meu Ponto Seguro” afirmam que já se sentiram inseguras ao esperar transporte público em um ponto de ônibus na cidade em que moram. O dado é parte da pesquisa “Meu Ponto Seguro”, realizada pela Think Olga e pela ASK-AR, durante a jornada Cidades para Mulheres: O Caminhar é Feminino, que teve como objetivo pensar como construir cidades mais seguras para as mulheres.

“Em uma pesquisa ampla sobre mulheres e mobilidade urbana, parte da primeira Jornada de Inovação da Think Olga em 2019, nos deparamos com a informação de que os pontos de ônibus são o local em que as mulheres se sentem mais inseguras nas cidades”, diz Maira Liguori, diretora e co-fundadora do Think Olga.

A enquete feita pelas redes sociais e respondida por 417 mulheres de 25 estados e Distrito Federal. O resultado também aponta que, ao circular pelas ruas, elas precisam pensar nos trajetos mais seguros, mais iluminados, com maior circulação de pessoas, com menos terrenos baldios, além de pensar na roupa que vão escolher ao sair de casa.

A maioria das mulheres que respondeu ao questionário julga que a iluminação nos pontos de ônibus não é adequada. A presença de poucas pessoas ou áreas sem movimento também geram medo entre as respondentes.

“Os dados da pesquisa Meu Ponto Seguro não surpreendem, mas dão contorno e profundidade a uma questão central na vida das mulheres, que é o direito à cidade”, diz Maira.

Dos depoimentos colhidos durante o estudo, 39% relatam medo de assalto ou furto, enquanto outros 29% citam a importunação sexual como risco. “É uma Avenida muito movimentada por veículos particulares e os ônibus costumam demorar a passar. Muitos motoristas passam buzinando “oferecendo carona” e outros chegam a para encostar o carro pra “oferecer a tal carona”. Sinto medo de me pegarem à força”, diz uma respondente de Ananindeua (PA).

Uma mulher de Porto Alegre diz que a escuridão é um problema. “Chego nesse ponto de ônibus em vários horários, mas à noite principalmente. O terminal fica vazio e a região muito escura. Já corri diversas vezes para dentro da estação de trem apenas por medo de ficar ali sozinha.”

Por se sentirem inseguras, 38% das respondentes já pegaram um ônibus errado só para sair do local.

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