A ativista, que já foi reconhecida como “Forbes Under 30”, escreveu seu próprio livro sobre empreendedorismo feminino e idealizou um laboratório pioneiro em tecnologias sociais. Monique Evelle é mulher, negra e abriu um pouco de sua vida com a colunista Vivi Duarte
Olá, mores!
O bate-papo de hoje é com a Monique Evelle. Reconhecida pela Forbes como uma das pessoas mais influentes de até 30 anos, ela é autora do livro Empreendedorismo Feminino: Olhar estratégico sem romantismo e idealizadora do laboratório de tecnologias sociais Desabafo Social. A entrevistada da vez é sócia do hub de inteligência cultural Sharp e rodou diversas cidades brasileiras pesquisando sobre inovações nas periferias pelo Instituto Update, que foi base para a série Política: Modo de Usar, da GloboNews.
MARIE CLAIRE POWER Quem é Monique e qual seu plano?
MONIQUE EVELLE Eu sou Monique Evelle, soteropolitana, filha de Neuza e Ari. Movimento-me no mundo criando a realidade que quero viver, por meio do Desabafo Social e da Sharp. O meu plano é exatamente esse que venho fazendo: sonhar, imaginar e criar.
MCP Conte para a gente sobre sua carreira e negócio.
ME Aos 16 anos, criei o Desabafo Social com foco inicial em decodificar os direitos humanos. Hoje, nossas soluções giram em garantir o mínimo de dinheiro nas mãos das pessoas por meio de desafios sociais e criativos que são remunerados, e também da jornada de formação em economia criativa e transformação digital. Tenho me dedicado a distribuir renda testando alguns modelos e exercícios para um futuro do trabalho mais justo.
Sou sócia da Sharp, onde criamos índices e métricas proprietárias para medir e ampliar a relevância das pessoas e das empresas. É um caminho de fazer sentido, ser útil, do que as pessoas e marcas compartilham e criam para o mundo.
MCP Qual sua maior conquista até aqui?
ME Acredito que todas as minhas conquistas foram grandes. Desde o início da criação do Desabafo Social, passando pelo Profissão Repórter, desenvolvendo narrativas para iniciativas que acredito; até sonhos pessoais e íntimos. Não tenho a maior conquista, pois são todas relevantes e fazem parte do quebra cabeça da minha satisfação pessoal e profissional.
MCP Quem são as mulheres que te inspiram e por quê?
ME São muitas. Mas utilizarei o clichê romântico de dizer que minha mãe, Neuza Costa, é uma delas. Além de minha mãe, admiro e celebro a existência de minha sócia Mariana Stabile, por motivos de crescer coletivamente, celebro e me inspiro em Maitê Lourenço, pelo brilhantismo em atuar com startups de tecnologias, e muitas outras, como Monique Lemos, Mariana Santos, Ana Kuroki, que me inspiram e me mantém em movimento para continuar fazendo o que eu faço.
MCP Pode nos contar um pouco sobre a sua admiração por sua mãe?
ME Ela me ensinou, ao lado de meu pai, Ari Costa, os fundamentos básicos que me fizeram estar aqui conversando com você, por exemplo. Meus pais me garantiram o direito à cidade, fazendo com que eu pudesse circular em Salvador e perceber que era possível construir e viver outras realidades. Garantiram também minha educação financeira desde criança, para que eu chegasse hoje e pudesse falar de dinheiro sem culpa e entendesse que preto e dinheiro não são palavras rivais.
MCP Qual o maior desafio que você já enfrentou na jornada em busca de ser a mulher que você deseja ser?
ME Lidar com as frustrações. Não estou falando de receber “nãos” na jornada, mas sim se frustrar com quem te cerca. Entender isso logo cedo me fez desenvolver uma maturidade emocional rapidamente. Mas não é fácil. Frustrações sempre acontecem e o melhor que temos a fazer é tirar proveito e aprender com elas.