Nesse inicio do ano, nós soteropolitanos, recebemos a surpresa de uma nova frota de ônibus, mas após utilizá-lo durante esses vinte dias, tenho a impressão de que as melhorias não vieram ou pior, novos problemas surgiram.
Mesmo depois das manifestações de 2013, que tiveram como um dos pontos de discussão, a precariedade do transporte público, a prefeitura de Salvador pensa, elabora e coloca em pratica um novo sistema de transporte sem levar em consideração os anseios da população, uma politica de distanciamento e imposição.
Apesar de ser uma nova frota, a fôrma é antiga, ainda continuaremos a enfrentar os velhos problemas. As cadeiras continuam as mesmas, o calor insuportável permanecerá, e aquele bronze de um lado só do corpo que só quem senta na janela sabe, também continuara a ser realidade. Eu, e muitas outras pessoas, ainda continuaremos a nos questionar por que o famoso frescão com poltronas acolchoadas, ar-condicionado e cortinas não são padrão? Afinal os dois serviços passam a custar o mesmo valor.
Como se não bastassem os velhos problemas, os novos ônibus trouxeram consigo outros . Como a catraca volta a estar na frente, digo volta porque era assim que funcionava até 1990, os idosos, gestantes e deficientes físicos que não sejam cadeirantes, passam a disputar as 3 cadeira que lhes restaram. Infelizmente presenciei por duas vezes idosos exprimidos em pé, e tendo que se virar nos trinta para abrir passagem para os que desejavam entrar. Mas ainda há as gestantes, como passaram pela catraca já que os motoristas se recusam a abrir a porta dos fundos(saída)? E as crianças menores de 7 anos que sempre tiveram isenção da taxa? Eu mesmo vivi essa situação ao sair com dois primos de 5 e 6 anos, quando só me foi dada duas opções, ou eles permaneciam ali na frente disputando o espaço, ou eu pagava a passagem deles e passava pela catraca, quando perguntei ao motorista se ele poderia abrir a porta de saída para os dois entrarem, o mesmo me disse que havia sido proibido, de realizar tal façanha. Nesse mesmo momento uma gestante que estava com duas crianças, sendo uma delas de colo, vez o mesmo pedido e argumentou dizendo que pagaria a passagem, mas teve seu pedido negado. Não tendo opção, um dos passageiro que estava na parte traseira, se levantou carregou a criança de colo, depois a mulher fez com que a outra criança pulasse e depois passou pela catraca. Sem dúvidas tal atitude é algo incabível, será que no novo transporte crianças deveram pular a catraca e gestantes arriscaram a gravidez ?. Essas pessoas , com exceção das gravidas e mulheres com crianças de colo, não pagam tarifa, isso significa dizer que os lucros aumentaram, sendo assim a prefeitura trabalhou para proteger os lucros dos Barões do buso, pelo menos essa é a minha interpretação.
Não posso deixar de citar os ambulantes, não posso porque se trata de, milhares de homens e mulheres, pais e mães que tem toda a sua renda projetada nas vendas. Como será? Ainda não sei. O que sei é que nos últimos dias em que utilizei o transporte, ainda não consegui comprar uma bala se quer, inclusive vi vários motorista se recusarem a abrir a porta para ambulantes.
Outra mudança, é o aplicativo que informa o momento em que o ônibus irá passar, porém das vezes que tentei utilizar, o mesmo só funcionou nos percursos via orla.
Outro ponto a ser considerado é a biometria, definitivamente o sistema só tem causado transtorno para quem utiliza o serviço, ele constantemente apresenta defeitos.
Frota nova, mas com a velha politica de maximização dos lucros, tudo isso agora com o apoia da prefeitura. Velhos e novos problemas, aliados ao aumento da tarifa. A primeira capital do Brasil, uma das maiores e poderosas cidades do país, ainda continuará a viver no passado. Nós, povo Soteropolitano, merecíamos mais, merecíamos mudanças de verdades, mudanças que buscassem beneficiar a população de fato. Enquanto outras capitais avançam, como São Paulo com inserção total da tarifa para estudantes e Rio de Janeiro com implantação de ar-condicionado na frota, nós continuaremos a viver no passado e com poucos avanços.
Luanderson Ponciano.
779 Comments