Texto | Lara Lages
Desde que a pandemia do novo coronavírus começou, os debates sobre o novo normal ou sobre futuros, seja das relações sociais, do trabalho, do meio ambiente, enfim, começaram a ficar mais intensos. E a pergunta que não quer calar é o que vai ser da gente a partir de agora. E pensar em futuro é também pensar em tecnologia e inovação.
Que imagem te vem à cabeça quando tu pensas em tecnologia? Computadores ultramodernos? Viagens espaciais? Robôs? Etimologicamente, a palavra tecnologia vem do grego tekhne, que é “relativo à arte, técnica, ofício”, mais logos, que significa “estudo de algo ou conjunto de saberes”. Traduzindo em miúdos, tecnologia quer dizer, então, um conjunto de saberes, instrumentos, linguagens ou processos de uma determinada área do conhecimento para a produção de bens ou serviços que facilitem a execução de uma tarefa ou resolução de um problema.
Portanto, as comunidades ribeirinhas da Amazônia que constroem casas tipo palafitas, adequadas ao vai e vem das cheias e secas dos rios, ou o baiano Moisés Pereira, que resolveu criar seu próprio carrinho para vender café pelas ruas de Salvador porque não tinha condições de comprar um, produzem tecnologia.
E inovação, afinal? Como diz Monique Evelle, inovar é fazer funcionar. É ter uma nova resposta a velhos problemas. E não há exemplo melhor de tecnologia e inovação do que as ideias e invenções de quem vive nas quebradas pelo Brasil.
A galera do Bike Sonora, por exemplo, percebeu que as informações sobre a pandemia, como se proteger do coronavírus e os direitos de todo mundo em meio a crise não estavam chegando na comunidade como deveria. Então, três jovens resolveram colocar uma caixa de som em uma bicicleta para percorrer o Território I (Vila União, Terrenos Novos e Caiçara), do município de Sobral, no Ceará. O material sonoro é ainda divulgado nos grupos de Whatsapp da comunidade depois.
Você conhece mais iniciativas como essas? O GiroLab, um laboratório de soluções e experiências criativas criado pelo Desabafo Social, faz um giro 360 pelo Brasil, mapeando inovações dos novos centros urbanos, mais conhecidos como periferias e favelas. O foco é fazer a ponte com as iniciativas e potenciais parceiros.
Se você produz tecnologia e inovação na quebrada ou conhece alguém que faz, acesse http://girolab.com.br/ e inscreva a ideia. Os futuros que a gente imagina a gente pode começar a construir pra já.