Pesquisa ouviu 200 micro e pequenos empreendedores de todo o Brasil
Dados do Sebrae apontam que micro e pequenas empresas são responsáveis por 27% do PIB e respondem por 54% do emprego formal. São 13 milhões de pequenos negócios no Brasil, que empregam 21,5 milhões de pessoas e geram uma massa salarial de R$611 bilhões anuais. Já houve queda de 64%, em média, por setores.
Atentos aos impactos que a pandemia global causada pela Covid-19 está trazendo à estrutura social, o Desabafo Social e o Afrotrampos resolveram ouvir empreendedores para entender melhor o cenário e lançam relatório com dados e caminhos para enfrentar a crise. O Desabafo Social é um laboratório de tecnologias sociais aplicadas à geração de renda, comunicação e educação e o Afrotrampos é uma ação afirmativa e rede de apoio a empreendedores e profissionais negros.
Entre os dias 26 de março e 2 de abril de 2020, foram ouvidos 200 empreendedores de todo o país, sendo as três principais cidades São Paulo (34,3%), Salvador (22,5%) e Brasília (7,7%). Do total de respondentes, 81,6% se declaram pretos e 77,7% mulheres. Empreendedores negros movimentam R$ 1,7 trilhão por ano no Brasil, mas são os que mais enfrentam dificuldades. Dados observados no relatório apontam que 79,7% não possui reserva de emergência e estão com dificuldades para planejar seus negócios a médio prazo. A saída que 36,7% dos empreendedores achou foi pedir empréstimo aos amigos e familiares.
Para a idealizadora da Desabafo Social e sócia da SHARP, Monique Evelle,
“agora, mais do que nunca, precisamos olhar para os micro e pequenos empreendedores. São elas e eles que geraram mais de 70% das vagas de emprego no ano passado. Muito mais que as médias e grandes empresas. Se a dificuldade encontrada neste momento é na transformação digital, vamos auxiliá-los. Se é com empréstimo, vamos auxiliá-los. Se é com planejamento, comunicação e marketing, vamos auxiliá-los também”.
O relatório traz iniciativas governamentais e de grandes empresas nesse cenário e aponta, ao final, dicas, ações e projetos já em andamento e a serem lançados pelo Afrotrampos e Desabafo Social, como o Festival Xepa e o Programa Desenrola, que busca potencializar e desenvolver profissionais por meio de trilhas de empreendedorismo e tecnologia.
Participaram da construção do relatório a Economista Corporativa e Mestre em Economia do Desenvolvimento, Lilian Ramos; a empresária, idealizadora da Desabafo Social e sócia da SHARP, Monique Evelle; Ciça Pereira, gestora de políticas públicas, pesquisadora e atualmente sócia da iniciativa Afrotrampos; e a jornalista, mestre em Sociologia e soluções em comunicação do Desabafo Social, Lara Lages.
Para acompanhar o resultado da pesquisa, acesse https://linktr.ee/desabafosocial.