Por Monique Evelle
O Brasil tem cerca de 207 milhões habitantes. Destes, 12 milhões compartilham notícias falsas sobre política na internet.
A pesquisa realizada pelo Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação, da USP, mostrou que uma determinada notícia verdadeira teve 577 usuários, 771 tweets e 3.112.437 de impressões geradas. Já uma notícia falsa 3.066 usuários, 4.518 tweets e 14.954.437 de impressões geradas.
Talvez isso aconteça porque estamos acostumados a ler apenas o título para amar ou odiar alguém nos comentários e sair compartilhando. Ou talvez, as pessoas acreditem mesmo. Afinal, em 2013, 47% dos brasileiros utilizavam as redes sociais como fontes de notícia. Já em 2017 esse número pulou para 72%.
Mas não os fakes news não são apenas sobre política e políticos. São sobre pessoas anônimas ou não. Você deve lembrar do caso de Fabiane Maria de Jesus que foi morta por vizinhos após uma notícia falsa acusando-a de magia negra, no Guarujá (SP).
A pessoa compartilha um fake news, reverbera o ódio, contribui para o assassinato de alguém e realmente não se sente culpada. Aconselho que assista o episódio Hated in the Nation (Temporada 3, ep. 6. Direção: James Hawes; roteiro: Charlie Brooker), de Black Mirror.
Não quero trazer aqui a discussão se é necessário ou não ter uma lei para tornar crime compartilhamento de notícias falsas na internet. O fato é que a internet é uma extensão de nossas vidas e mesmo que Black Mirror seja visto apenas como ficção, Fabiane Maria de Jesus não vai voltar. Mas será que só as pessoas que a espancaram são culpadas? Você também deve ter compartilhado. Você também é culpado! Não adianta chorar.
Por isso, dá uma pesquisada no que é Fack-checking e não seja mais um cúmplice do fake news.