Por Gabriella Britto
A teologia inclusiva foi criada pelo reverendo Troy Perry no EUA em 1968, onde pregava o evangelho direcionado para gays, lésbicas e transgêneros, sem descriminação.
Em entrevista o Bispo Alan Luz – sobrenome que os membros da igreja adotaram por se considerarem uma família – que é líder da igreja Filhos da Luz e homossexual conta o processo de criação da igreja, a sua vocação pastoral e as dificuldades que enfrentou.
Alan vem de uma família tradicional evangélica e desde criança já demostrava ser um líder quando comandava os grupos infantis da igreja que frequentava com os pais. Quando descobriu sua sexualidade ele buscou ajuda espiritual em 4 igrejas evangélicas, que o tratavam como doente e tentavam “curá-lo”. Chegou a ouvir um “segura ele que ele tá com o demônio”.
Ao ver o sofrimento que os outros homossexuais também passavam por não ter um local onde pudessem adorar à Deus sem os olhares e julgamentos, Alan sentiu a necessidade de criar um local para acolhê-los.O Bispo foi intitulado várias vezes como aberração, anticristo, falso profeta… Mesmo assim ele não se rendeu. queria provar que podia ser gay e ter um diploma e como diversidade escolher sua religião livremente.
A igreja Filhos da Luz nasceu em maio de 2013 e recebe como público LGBT e heteros. “O foco da nossa igreja é receber as minorias que geralmente não são aceitas pelas outras igrejas, assim como Jesus acolhia os rejeitados e humilhados”, diz o Bispo. A igreja acolhe qualquer indivíduo levando o amor incondicional de Deus, e o reintegra na sociedade já que a maioria dos membros foram rejeitados pela família, igreja, trabalho e comunidade. Por isso a igreja assume o papel de família com o tema “Mais que uma igreja, somos uma família”.
Hoje são mais de 200 membros que se reúnem nos cultos semanais, 2 reuniões das células e pequenos grupos. Apesar das críticas e das ameaças que recebem das outras igrejas eles se firmam como uma igreja seria e organizada, ajudando os integrantes, não sendo apenas uma igreja parede, mas também uma igreja que que trabalha o espiritual e o social.
“Em nossa Igreja gays e heteros podem frequentar sem discriminação, acolhendo e pregando que Deus ama à todos. Deus me ama como eu sou”, desabafa o Bispo.