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2 dicas para conhecer as juventudes de São Paulo

Se você quer saber um pouco mais sobre São Paulo, principalmente sobre as juventudes paulista, não pode deixar de ler as dicas que darei aqui.

Terminei de ler um artigo A construção do Mapa da Juventude de São Paulo, das autoras Aylene Bousquat e Amélia Cohn. É sensacional! O texto baseia-se na análise dos perfis das juventudes paulista, a partir do Mapa da Juventude de São Paulo, elaborado pelo Cedec.

Na primeira parte do artigo as autoras destacam o padrão de exclusão socioespacial, analisando historicamente como se constituiu a metrópole paulista. A mudança do modelo de metrópole industrial para a metrópole transicional fez com que ocorresse o aumento da economia e do emprego informal, além das desigualdades e da pobreza. As autoras citam Torres et alii (2003) para mostrar a relação do número significativo de adolescentes numa região específica de São Paulo com a existência de pobreza nessa mesma região. Essa parte é bastante curiosa, pois mostra a especificidade de São Paulo já que em outras cidades essa relação ocorre com a presença de crianças. Nunca reparei nisso.

A metodologia utilizada para construção do Mapa foi interessante. Dividiram em algumas etapas. Entre elas o Inquérito Domiciliar, um survey do Bolsa-Trabalho, um Levantamento de Equipamentos e Espaços de Lazer e um Cadastramento dos Grupos, sendo a etapa do Inquérito Domiciliar a mais complexa e rica para a construção do Mapa, pois desenhou o perfil social, econômico e cultural da juventude paulistana, a partir das Zonas Homogêneas.

Para que houvesse o Inquérito Domiciliar , foi dividido em 5 grupos os 96 Distritos Administrativos de São Paulo. Esses grupos foram denominados Zonas Homegêneas (ZH), agrupando distritos com perfis semelhantes. A Zona Homegênea 1 (ZH1) é a de melhor condição socialeconômica e a ZH5 é a pior no ranking.

Merece destaque duas passagens no artigo para aprofundar a discussão sobre cultura.

 “[…] nota-se aumento expressivo do percentual de entrevistados que se classificam como “pretos/negros” e “pardos” nas Zonas com maior exclusão (3, 4 e 5); na ZH5 – a pior posição no ranking – o conjunto de negros/pretos e pardos ultrapassa o de brancos.” (p. 7)

“No caso do funk, a preferência é menor na ZH1 (10,9%) e cresce gradativamente em direção à ZH5 (27,6%) […]” (p.10)

A preferência pelo funk cresce gradativamente em direção as zonas com maior exclusão, onde há o maior número de negros. Será que isso tem alguma relação com aquela frase “funk não é cultura” ? Pois é. Não é coisa da minha cabeça.

O texto me fez lembrar da pesquisa DNA Paulistano, iniciativa do Instituto DataFolha e da Folha de S. Paulo, a qual mostra o levantamento das oito regiões e dos 96 distritos de São Paulo e apresenta o perfil, os hábitos e a percepção dos moradores sobre a metrópole. Enfim, assim como a pesquisa da Folha de S.Paulo, o artigo A construção do Mapa da Juventude de São Paulo serve como instrumento de fiscalização das políticas públicas.

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capa dna paulistano.indd

Aconselho que leiam o artigo e a pesquisa DNA Paulistano #FicaDica

Talvez você encontre o livro nas estações de metrô de São Paulo por no mínimo R$ 2,00.

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