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Guardem as fantasias: esse ano não tem carnaval em salvador

Texto | Mariana Assis

O carnaval de Salvador, conhecido por atrair milhões de foliões todos os anos, também foi suspenso por conta da pandemia do coronavírus. Só no ano passado, segundo a Saltur, responsável por organizar a festa, 16,5 milhões de pessoas estiveram nas ruas curtindo a folia, que teve mais de 2.500 horas de músicas e mais de 12.7 mil artistas envolvidos na programação.

Além da diversão, o carnaval de Salvador movimenta a economia local e, segundo dados da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), em 2020 gerou 215 mil postos de trabalho temporário e 1,8 bilhão de reais, com gastos hoteleiros, alimentação, serviços, dentre outros. 

É nesse ponto que a cantora, compositora e proprietária do Colaboraê, espaço cultural colaborativo multiuso (eventos, estúdio e plataforma) Ju Moraes conta que reside sua preocupação. “Há famílias, muitas famílias, que fazem a renda do ano inteiro no carnaval. É muito grave para todo o ecossistema do carnaval”, desabafa a artista que não se opõe ao cancelamento, mas lamenta a falta de incentivo de esferas governamentais para apoiar os envolvidos na festa. “Muita gente vai desistir da carreira”, alerta.

O reflexo disso pode vir a recair sobre o desenvolvimento e sustento dos artistas que, segundo Moraes, possivelmente podem repensar a carreira dado o clima de incerteza quanto ao futuro. “Muita gente vai desistir da carreira”, alerta. Outro ponto que ela destaca é quanto aos jovens, que também podem ponderar se a carreira na música efetivamente é algo a se apostar. “Num momento sem perspectiva, sem trabalho há um ano, o que vai motivar o jovem recém aprovado no vestibular a estudar Música, por exemplo?”, questiona. 

Psicológico abalado

Vislumbrando um futuro incerto, o presente tem sido difícil e desanimador. Moraes conta que é desolador ver tantas pessoas sem renda e preocupadas com o que está por vir. O seu empreendimento, o Colaboraê, abriu três meses antes do início da pandemia, em novembro de 2019. Antes da pandemia, Moraes empregava no mínimo 15 profissionais. Agora, ela tenta fazer articular profissionais nas lives que eventualmente faz no espaço, mas nem de longe se compara ao cenário de antes. 

A explosão de lives também é motivo de reflexão para ela. Não é uma realidade equânime patrocinadores em todas as transmissões, o que poderia aliviar o peso financeiro dos custos de equipe e do show propriamente dito. Se por um lado as lives possibilitaram um afago, por outro, expõe a desigualdade e desafios que cantores independentes enfrentam para se colocar no mercado. 

Moraes sente muita falta da rua, onde, de acordo com ela, a vida baiana acontece e vibra. Mesmo com tantas questões e dúvidas sobre o futuro, ela é otimista que, tão logo seja possível, uma vida minimamente parecida como antes volte e, principalmente, o contato com o público cara a cara. 

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