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Tudo bem? Não, não está tudo bem!

Por Monique Evelle

Maio de 2018. Tenho que confessar que as frases que mais ouvir até agora foi: Você pode…? Me ajuda? Ainda bem que são perguntas e não imposições. Mas é como se fosse.

Em abril, participei do debate sobre Mídia e Produção Audiovisual, no Aparelha Luzia, ao lado de pessoas incríveis, sendo uma delas a jornalista e apresentadora Adriana Couto, da TV Cultura. Durante o bate-papo falamos sobre não saber a diferença entre peso e responsabilidade. E não chegamos em nenhuma resposta. A única coisa que sabemos é que somos uma só, e sozinhas não daremos conta de tudo. Mas não é assim que o mundo nos vê.

Se por um lado, temos pessoas e movimentos que nos fazem continuar, por outro essas mesmas pessoas nos fazem querer parar.  Na escola sempre tirava 10, porque no mínimo era isso que esperavam de mim. Em qualquer situação tinha que ser 10 vezes melhor e mesmo assim não era e não é suficiente. E continuam exigindo de você uma excelente perfomance, atuação, discurso e ações.

No final de 2014 tomei a decisão de não opinar por impulso. Em 2016, resolvi não responder aqueles que criavam hipóteses aleatórias e sem nexos sobre meus trabalhos. Em 2017, decidi cuidar mais de mim. Cuidar principalmente da parte emocional, mental e espiritual. E esse cuidado segue até hoje.

Recolher, não visualizar redes sociais, especialmente o Whatsapp que as demandas chegam como obrigações, cuidar da cabeça, respirar, relaxar, não ouvir ninguém, a não ser sua própria voz. Era isso que estava tentando fazer. Mas as pessoas que cruzavam meu caminho perguntava como eu estava e não esperava a resposta.

Ontem estive com Lázaro Ramos. Perguntaram para ele como funciona a relação com Taís. Ele respondeu de forma simples:

Quando um ou outro está mal, não é hora de falar nada. Às vezes só um beijo e abraço resolve.

Ele não viu. Mas caiu uma lágrima dos meus olhos.  Meus pais fazem isso comigo toda vez que volto pra casa. Meu companheiro também. Mas quando saio na rua sou bombardeada por exigências. Ou melhor, nem preciso sair nas ruas, só acessar o Facebook, Instagram ou Whatsapp. Ninguém ouve minha resposta quando perguntam: Tudo bem?

Não, não está tudo bem.

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Não está tudo bem quando enviam áudios de mais de 2 minutos cobrando algo que ninguém tem obrigação de fazer.

Não está tudo bem quando marcam você em publicações pedindo contatos pessoais de seus amigos artistas.

Não está tudo bem quando acham que  se você está em determinado local, você tem que fazer X, Y e Z.

Não está tudo bem se você não consegue no mínimo pensar se está invadido o espaço de outra pessoa.

Não está tudo bem quando a pessoa não aceita um não como resposta.

Não está tudo bem quando você diz que está doente e a pessoa continua forçando um convite.

Não está tudo bem quando você não respeita o/a o outro/a.

Não está tudo bem gente!

Não se enganem com uma foto sorrindo no Instagram, porque essa rede social foi feita para mostrar que todo mundo está feliz.

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Não citarei nomes, mas dois grandes poetas que se mataram entre 2016 e 2017, pediram socorro em suas poesias e ninguém ouviu.

Não seja esse ninguém.

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